No começo da década passada um trio incendiava palcos pequenos de bares curitibanos. O som era todo calcado nas referências sixties, que também davam as caras nos ternos e nos cabelos. Tudo no Faichecleres tinha jeito e cor do que o mundo viu nos dois anos, 1964/66, da British Invasion. Soma-se a isso pedaços de rock gaúcho e um bocado de álcool e você tem o "Indecente, imoral & sem vergonha".
O primeiro disco do Faichecleres não trazia nada de novo. Se você conhece Cascavelletes e TNT pode até se enganar e pensar que se trata de algum material inédito destas bandas. O sotaque dos rapazes também nos leva às bandas do Rio Grande do Sul, até porque 2/3 do trio veio de lá. Os temas carregam uma sacanagem que cabe bem ao trio, como os quase-hits "Metida demais" e "Ela só quer me ter". As letras são quase todas sobre mulheres e de preferência sobre mulheres no bar, uma das melhores também dá título ao disco. "Casalzinho pegando fogo" foi retirada da demotape do Júpiter Maçã & Os Pereiras Azuiz, anterior ao clássico "A sétima efervescência". "Bajulações, modéstia à parte" ganhou vídeo clipe, inserido no disco como faixa multimídia.
"Indecente, imoral & sem vergonha" foi lançado pelo selo curitibano Fan Music, o braço fonográfico do escritório que agenciava o trio, e recebeu distribuição pelo selo gaúcho Antidoto, incluindo uma tiragem limitada em vinil que logo se tornou edição disputada. Com o primeiro álbum o Faichecleres tocou em vários festivais independentes, como o Goiânia Noise Festival e o primeiro Curitiba Pop Festival, no qual subiram ao palco de fraldas. As apresentações do Faichecleres sempre surpreendiam, diversão garantida para àqueles anos!
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